No ermo
não se rasgavam páginas
só porque uma vivalma passeava diferença.
Não havia tutores de ergástulos
vindicando
um saber sem refutação
indispondo-se com perguntas.
Nesse ermo lugar
provavelmente
as pessoas dormiam de dia.
Saltavam infantilmente à corda
no imorredoiro,
e também pueril,
sorriso sem cortinas.
Sendo ermo o lugar
a nudez não era vergonha.
O sexo,
banal
(sem ser depreciativo)
obnubilados os esgares de reprovação
na ausência de códigos de
conduta
e de quem
os apascentava
numa
totalitária impureza.
No ermo
onde as pessoas depositavam seus
sonhos
o chão não tinha esteios
e do céu sem nuvens
vertia-se chuva.
O ermo lugar
era destino dos sonhos
um palco etéreo com vozes a preceito
palavras estrelares
bondade intrínseca
a que nem
se chamava bondade
chapéus garridos dando amparo
dos demónios
um lugar frágil,
contudo,
dentro de uma redoma,
onde o giz lapidar era dado sem
distinções
e onde não havia mandantes.
Os ermos lugares
habitam nos sonhos
que,
por o serem,
são o coldre desassisado de lugares ermos.
Sem comentários:
Enviar um comentário