7.7.17

Púrpura madrugada 

No sopé da acrimónia,
entre duas braçadas de melancolia
e um esgar de humildade,
desamarrava o atavismo
e projetava o olhar
para o lado contrário do pretérito.
A astúcia amealhada,
o entesouramento que soubera ser prudente,
anestesiava as angústias sobrantes. 
Da noite para o dia
perdeu a meada aos vértices do tempo
deixou até de possuir certezas
sobre a identidade.

Era o que menos importava. 

Só sabia importar
que coisas dantes importantes
ganharam credenciais de irrelevância. 
Era como se um banho de águas medicinais
tivesse sido seu refrigério
ou como
se as lamas de uma pureza qualquer
tivessem prodigiosamente desabado sobre ele:
enfim
podia acordar imerso nessa pureza,
a de se achar indiferente à acrimónia
e suas semelhanças. 

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