28.7.17

Bosta restante

Vosselência
abespinha-se,
rasga o peito
(se preciso for)
tinge de vermelho a parte branca dos olhos
berra para se fazer ouvido na Nova Zelândia
é tomado por violentos abalos telúricos;
ai se lhe pisam calos doridos
pois há uma dama valiosa para defender:
dirá,
a dignidade
(caso lhe aprouver saber a medida respetiva)
que não pode ficar no pasto do silêncio
ao serem desferidos atentados
contra sua douta gnosiologia.
Vosselência
terá afeções de visão
de tanto se agigantar
ao espelho onde se contempla
(ou se congemina – ainda não se discerniu)
na astuta facúndia com que discorre
na promulgação da erudição com que terça armas
como se precisasse
de estender o falo em cima do estirador
só para o mostrar mais viril
do que os falos concorrenciais.
Vosselência
terá ido às catacumbas medievais
e delas não terá tido o proveito de retornar
– direito que lhe assiste,
que fique bem entendido.
Vosselência,
prosélito de si mesmo
engenhoso no registo canhestro
acossado por catilinárias insinuadas
general andrajoso
dúctil na bravura cavernícola,
não passa das medidas da mediocridade.
Pois vosselência
é penhor de argumentos beócios
perseguições
ao jeito dos perseguidores que vitupera
sanha estulta,
enfim
de vosselência
irrompe a urticária própria dos escatológicos
pois da pena de vosselência
excreta nauseabundo hálito
a mera bosta
que nem para restante
(ou fossa)
serventia oferece.

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