Ouço o
sonho,
sentinela.
Ouço
o murmúrio
em volta
de um velho doente
e as gaivotas aparatosas
as mais predadoras de todos.
Ouço
vultos
na triagem da noite
e os livros desaparecidos
em lamentos guturais
que parecem chegar de um jardim
deserto.
Ouço
as rodas inteiras da alma
a soma capaz dos estreantes
a inocência
das crianças efusivas
a corda bamba nas mãos do artesão
um circo apreendido
missas negras em reforço das lides
um casaco sem corpo
ordenhando as lisas lágrimas dos arcaicos.
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