Dissessem
que as palavras
carecem de desinfeção.
Experimentassem
soluções de
alquimia
talvez
ou outros
pudores sem o céu da razão.
Não sou tutor
da retidão
nem meço ao milímetro
a lassidão das
palavras
a sua textura
enredada
o bocal por onde
fogem,
furtivas e azedas
ou gastronómicas
e esbeltas,
ou apenas livres.
São as palavras
que vêm ao
bornal
as doces
as categóricas
as telúricas
as meigas
as dúbias
as tóxicas
as contundentes
as telegráficas
as obnóxias (de
tanta presunção).
Vistam-se
com as indumentárias
que vierem no
restolho da maré
tontas
provocadoras
estilísticas
musicais
afetuosas
enlaçadas
determinadas
puras,
ou impuras
(não importa,
se não palavras).
Depois
por dentro da
trovoada sinistra
por entre os
horrores da escuridão
entaramelados em
pesadelos grotescos
alinhem-se as
palavras
no repositório
ao acaso
estendidas em
forma de desenho
na lã sedosa da
alva folha.
E depois
contemple-se
a vocação.
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