5.7.17

Plenipotenciário

Na preparação do chão fértil
dragados os sentimentos
em elipse impura. 
Se as peças do jogo
são inertes,
descaucionadas de vontade,
sobejam os acasos
os lóbulos enrubescidos
de quem se sabe vítima
de falares alheios
no ADN virtuoso
da indiferença. 
O fumo do tabaco
embebe-se na roupa
e o raciocínio perde-se no labirinto
onde sacerdotes vários se extasiam 
com o luar desmaiado. 
Às mãos
entre as cortinas do nevoeiro
os juros do aforro da alma
a metódica exegese da obediência
dos juízos interiores. 
E para quê?
pergunta em apuro
nos preparos insatisfeitos
que se afivelam depois de conseguida
a proeza. 
Pois a proeza
esgota-se
no exato instante da sua consumação. 
Depois
sobram apenas os vestígios do passado
as recordações estéreis. 

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