Desse o tudo
e os vulcões
deixariam de dormir
as marés
seriam frugais
os lenços
bordados, mantos diáfanos
as cordas de guitarra beijadas em
alquimia
as cadeiras vazias por inutilidade
o sono adiado para derrotar pesadelos
(antes do tempo)
os miradouros, sede de segredos
a música
toda bela
os pesares desautorizados
e a roda viva:
uma autêntica
prova de vida.
Mas os espelhos estilhaçados
esbulham as feições da perfeição.
Protesta-se:
contra o adiamento das intenções
o alto muro que impede
as perfeitas coisas da sua consumação.
Não
importam
os esbirros que movem as paredes
para a geografia da impossibilidade.
Não
interessa
se as coisas não conseguem
o
triunvirato da perfeição.
Ou bem que se determina
a perfeição
matéria alienável
(e ela despoja-se da perfeição seu timbre)
ou se jogam os dados da fortuna
num tabuleiro feito de matéria diferente
onde
fecundam as cinzas vulcânicas
e a perfeição
é o
que assim for julgado,
nem que seja
pela astuta, generosa lente
atrás
do olhar imensamente subjetivo.
Até
que ao sonho
venham apenas
personagens de rosto macio
mãos
desenrugadas
vozes de bálsamo
só
gente capaz de calar
com a facúndia
de seus esmaltes
os improfícuos
demónios do desassossego.
E todas as alvoradas
representando o sorriso largo
de quem sabe
um farto dia ter
sem se consumir a linha do horizonte.
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