Vosselência
abespinha-se,
rasga o peito
(se preciso for)
tinge de
vermelho a parte branca dos olhos
berra para se
fazer ouvido na Nova Zelândia
é tomado por
violentos abalos telúricos;
ai se lhe pisam
calos doridos
pois há uma dama
valiosa para defender:
dirá,
a dignidade
(caso lhe
aprouver saber a medida respetiva)
que não pode
ficar no pasto do silêncio
ao serem
desferidos atentados
contra sua douta
gnosiologia.
Vosselência
terá afeções de
visão
de tanto se agigantar
ao espelho onde
se contempla
(ou se congemina
– ainda não se discerniu)
na astuta facúndia
com que discorre
na promulgação
da erudição com que terça armas
como se precisasse
de estender o
falo em cima do estirador
só para o
mostrar mais viril
do que os falos concorrenciais.
Vosselência
terá ido às
catacumbas medievais
e delas não terá
tido o proveito de retornar
– direito que
lhe assiste,
que fique bem
entendido.
Vosselência,
prosélito de si
mesmo
engenhoso no
registo canhestro
acossado por catilinárias
insinuadas
general andrajoso
dúctil na
bravura cavernícola,
não passa das
medidas da mediocridade.
Pois vosselência
é penhor de argumentos
beócios
perseguições
ao jeito dos
perseguidores que vitupera
sanha estulta,
enfim
de vosselência
irrompe a urticária
própria dos escatológicos
pois da pena de
vosselência
excreta nauseabundo
hálito
a mera bosta
que nem para
restante
(ou fossa)
serventia
oferece.