É uma
valsa?
Ouve:
perdi a
vergonha
e ganhei juízo,
o juízo da
lucidez
na sedutora
balsa da ilusão.
É uma
valsa?
Tens a
certeza:
dormimos ao
mesmo tempo
e açambarcamos
as palavras
as palavras
que bebemos
na lareira
aberta pelos nossos olhos.
É uma
valsa?
Mesmo:
na indiferença
dos vetustos
raiando neles
o sol da sabedoria
já não os
sobressaltos.
É uma
valsa?
São teus pés:
mnemónica
diretora
regaço cingido
ao meu peito
o sangue
aplacado.
É uma
valsa?
Se dizes
que sim
não sou
ninguém para opor.