14.2.18

A sagração do amor

O amor
fábrica de cumplicidade
fervendo na erupção dos sentidos
um amor
sino centrípeto na casa
combustão em degelo noturno.
O amor
às nossas mãos
na entrega ímpar
em empolgantes coreografias
com a lua por testemunha
na varanda sobranceira ao palco do mundo.
O amor sereno
o amor insubmisso
o amor matricial
deixando às estrofes seu hino
deixando ao desejo sua estirpe
deixando à uníssona voz seu lacre.
O amor fértil
o amor sem algemas
o amor semente
multiplicando por mil
a colheita que vem às mãos
na sagração do dia.

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