Sem
a noite
vejo
os gatos vadios
uma
trova no mosto das uvas colhidas
contra
as trevas militantes.
Jogo
os cordões desatados
na
infinita parede ao acaso:
tiro
do rosto rugas sem nome
e
sento-me no convés frio
– talvez
à espera da lua caiada
ou
apenas da alvorada.
Não
trago as armas dos outros;
não
canto nem danço
nem
me entrego à teatral função
(mesmo
sabendo ser o fingimento
a
fingir-se a si mesmo):
contemplo
os frutos maduros
quase
pendidos em véspera de senescência,
dir-se-ia
do
olhar propositadamente demorado
à
espera da decadência dos frutos.
Os
mundanos pesares jogam-se no vazio
onde
os espera o acaso.
Não
aprendem com o ocaso das coisas
e
empenham-se na insentida refrega
no
labirinto medular
o
inexistente êxtase sem sufrágio.
Fujo
da noite quando quero o dia
e
encontro a noite quando cansa o dia.
Disto
é feita minha carne
no
sangue constante
conciliábulo
dos opostos.
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