6.2.18

Sobremesa

Uma voz sem nome
na floresta fria
murmúrio incessante.
A solidão composta
no inviável sacrifício
entre árvores altas.
O rio sussurra segredos
escondido no fundo vale
torna-se bússola restante.
Do labirinto gutural
o sangue enregelado
e o medo por companhia.
As bandeiras ausentes
desaprovam os vasos vazios
e a música cicia-se no remoto.
Se há limites por desafio
fronteiras hasteadas
convoco a clepsidra árabe.
Muito ao longe
cantorias num minarete
páginas abertas com avidez.
No muro sombrio
um frágil véu levita sobre o chão
e eu aprendo com os arbustos.
Não choro
por secas as lágrimas
nem por sua serventia.
Outrora houve embaraços
sobressaltos em noites contínuas
vontade de capitular.
Outrora é pretérito
e as vozes audíveis
não são miragem.

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