Não
são falsos passos
nem
sombras emaciadas
ou
ventos sulfurosos:
se
há dádiva por recolher
ela
medra em mim
na
recusa dos contratempos
na
antítese da rocambolesca encenação
que
apenas adia o dia.
Emagreçam
as sombras
outrora
vestígios em demanda de exorcização.
Desvitimizem-se
os
diligentes engenheiros dos prantos
cubram-se
de ouro farto
os
olhos incansáveis
as
luas caiadas de pureza
os
bolsos tingidos com a plenitude singular.
Tomara
o pretérito
ter
sido leito de tamanho desassombro.
E
as costas preparadas
em
montada sem espera
dissolvendo
os lamentos tortuosos
como
se fosse
uma magnólia abrindo-se à luz clara
e
as mãos
subissem ao sol em generoso devaneio.
Já
não sei o que são sombras.
Regozijo.
O
desaviso das tempestades
cuida
dos limites,
tecnicamente
despromovidos a chão fértil
onde
as flores sorriem até à noite.
As
cavernas estão arcaicas
já
não esteios malsãos
já
não
revés
excruciante.
A
colher artesanal
tirou
a espuma inútil
do
moinho do tempo.
Às
sombras
encomendou-se
jazigo.
O
museu da memória
não
transige com o esquecimento
e
fingir é um ultraje contumaz.
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