20.2.18

Violino


A corda sem água
abraça os pastores. 

Na cumeeira da onda
medram flores exaltadas. 

O coldre sem mãos
é provimento da pólvora seca. 

Nos arbustos hostis
mel desenhando um sortilégio. 

A cura estudada
nos néctares matinais. 

Na saia gasta
uma poeira nómada. 

O estridente trovão
na clareira sem mapa. 

No porão inundado
o sangue da tempestade.

Os vitrais desenhados
na controversa espada sem bainha. 

Vilões denodados
terçam contra a bondade inata. 

Lenços noturnos
vogam na combustão das palavras. 

Na demissão arrefecida
o desejo em forma de segredo. 

A garrafa no sopro da maresia
em mundos inteiros à mercê no areal. 

A madeira estouvada
e o bando sem quartel. 

O colo carregado
na prolixa sensibilidade. 

O embaraço encomendado
na singular loucura. 

Um grito à espera
do mote vencido.

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