Sinto-me
corsário de mim mesmo:
trono visível
das ideias
que depois
se evaporam
na sua
negação.
Corsário:
as roupas
do avesso
as horas
vividas em contramão
as palavras
vertidas em antónimos
sem purgas
malsãs
apenas o
furibundo artesão das escolhas.
Corsário:
mas não
farsante
na inviolável
descerteza de tudo
penhor dos
penedos perenes
fautor das
mais frágeis escadas
no estertor
dos compêndios sem audiência.
Conheço os
rostos sem nome
e sei que
dos nomes vertidos
sobram fingimentos
personagens
apenas
personagens
(e as personagens
são ardis)
inverosímeis
enredos no escol estulto.
Serei corsário.
Ao menos,
corsário.
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