Neste ermo
lugar
onde navios
sem velas dançam
e as luas
se enamoram da alvorada
procuro uma
Califórnia amuralhada.
Persevero
entre o
musgo larvar
as
palavras mal ditas
e as
pessoas que não são malditas
à espera
de um chapéu amarelo
onde façam
ninho ideias sem freio
onde medre
a bondade sem juros.
Costumam
as areias
límpidas ajudar a estilhaçar
os
embaraços escondidos
entre as
linhas amarrotadas
nas entrelinhas
do possante muro
de onde se
lamentam preces e fingimentos.
Não sei se
a Califórnia chega
ou se
preciso de um califado:
sei,
ao menos,
que não há
insalubre fado
onde de
estorno fermente uma sorte.
As velas
agora hasteadas
chegam fogo
ao navio,
que se
move devagar:
talvez ao
anoitecer
as luas se
fundam numa só
e Califórnias
não sejam demandadas
por ausente
serventia:
no fio do
luar
uma marca
de água
a sublime
tinta-da-china
escreve as
estrofes que devolvem o sono.
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