Olhos
de gato
atiram
esmeraldas pela janela fora
enquanto
duendes assaltam o sono.
Um
barítono dá consigo sem voz
o
que lhe vale é ser uma voz
na
imensidão do coro.
O
arroz quer-se malandro
não
fosse o molho ausente
águas-furtadas
do inviável repasto.
Um
deus sai do galho da árvore centenária
espreguiça-se
ao sol madraço
sob
protesto dos seus iguais, ainda escondidos.
Os
olhos do gato
ciciam
as estrofes sem medo.
Os
duendes não contam nas contas
deste
rosário.
O
barítono acorda lavado no pesadelo
testa
a voz para testar o pesadelo.
O
coro,
o
imenso coro,
dorme
um justo sono.
O
arroz submerso
sente
os pés das operárias
que
andam na sua apanha.
O
repasto
não
se sabe quando terá calendário.
O
deus impertinente recebeu admoestação
do
coletivo dos deuses outros.
A
árvore centenária
não
deu conta de nada.
Os
faróis da coalescência
figuram
entre os mais citados.
Querem
para si
toda
a luz
a
diurna e a noturna.
E
deixam aos demais
a
escuridão
(tão
temida por Göthe).
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