Jogo
os dados
ao
acaso
no
acaso de quem lança os dados
à
quimera de um proveito.
Quase
em jeito de roleta russa
o
latejo impulsivo de saber
que
o fado tem as medidas tiradas
pelo
sortilégio dos dados.
Jogo
os dados
e
talvez não devesse fazê-lo.
Meto
o olhar desembainhado pela coragem
na
coreografia dos dados.
Os
números entaramelam-se
na
dança voraz.
Vejo
o seis,
o
quatro
o
um que não quero,
os
ímpares que vaticinam desdita
o
seis,
outra
vez,
o
prometido seis,
decaindo
para números menos queridos.
Teima
em não sair número algum.
A
alta parada joga-se em segundos
que
parecem medida interminável
horas,
dias, meses, anos – até.
Para
vir a saber
que
os dados dançam
enquanto
não vier o sono final.
São
os dados dançantes
o
pergaminho onde se depositam
as
palavras de uma vida inteira.
A
quimera de um proveito
ou
as cicatrizes de um infortúnio.
À
espera dos dados dançarinos.
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