9.12.15

Noite

As ruas vazias
são como a noite.
Enchem-se os copos
com os corpos vadios.
Refastelados
como as folhas outonais,
despojados de cama.
Os copos cheios
e depressa vazios
emprestam nuvens baças
às ruas vadias.
Não sobram
já nem outonais folhas.
As ruas estão vazias.
Vazias.
O chão molhado
perece em lágrimas reprimidas.
Da noite cheia
no nada das ruas vazias.
E a ponte tão perto
da alvorada timorata.

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