As
pedras solitárias
são
como garfos no meio de uma mesa
abandonada.
As
pedras pontiagudas
punhais
celestes que tiram o sono
do
asfalto.
As
pedras desordenadas
corpos
férteis, miradouros
estremunhados.
As
pedras chãs
comportam-se
como lordes ingleses
em
pecaminosos desvarios.
Vejo
as pedras voadoras
os
cilindros quentes enterrados no jardim
as
nuvens acobreadas
a
vozearia de cantores que se acham cantores
e
mais pedras
esventradas
ou ancestralmente intactas
e
o granulado que delas se solta
a
compor as sobrancelhas do ancião.
As
pedras
têm
muito a dizer.
(Houvesse
quem lhes perguntasse.)
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