5.12.15

Sem freio

É outro o dia
e há maior proeza
que contar mais outro
no rol, já longo,
do tempo desembaraçado?
Se andasse à procura de um norte
diria que vem anelado
à bruma macia que se deitou no rio
à medida que o rio estima o desaguo.
Quando o leito do rio
se funde no mar que o abraça
e atrás do horizonte escondido,
atrás do fio último do mar,
ferve o ocaso.
Sabendo
que a penumbra depois
convoca o acerto de contas
com o dia que findou.
Na mesma penumbra
medra o tempo nascente.
O olhar desipotecado
que encontra templo
no dia amanhã.

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