O
menino agarrado ao gato
no
sono do gato
rima
com o seu ronronar.
Espreita
pela janela
bebe
as cores diametralmente opostas
do
entardecer.
Imagina-se
mais velho
sem
o torpor da meninice
uma
ferrugem que embacia empreitadas.
E
ele tinha tantas
arqueadas
sobre o portal das resoluções!
Afaga
o dorso do gato
e
o gato espreguiça;
no
fundo,
o
menino quer o futuro adiantado
mexer
nos relógios que amparam o tempo
torcer
o braço ao tempo
para
se fazer cedo
(cedo
de mais).
Se
aprendesse com o gato poltrão,
se
ao menos levasse o olhar
à
lição do gato,
traria
do futuro ao tempo de agora
a
alucinação do sono demorado
e
o culto do vagar.
Um
dia
o
menino confidenciou
dramas
extemporâneos ao avô.
Talvez
por causa da surdez do velho
não
pôde congraçar a lição que o gato
em
seu regaço
silenciosamente
emoldurava.
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