22.1.16

Leftovers

Os restos de um telhado
enchiam o chão.
Estilhaços vários
dançavam no vento.
No ventre da noite
os dentes afiados,
famintos.
Ouço dizer
que já não sobra nada
a não ser os despojos silenciosos.
A noite fantasma
deita uma cortina opaca
e talvez nem o amanhecer chegue
para tirar as teimas.
Não há de ser grande o desarranjo:
os despojos são palco habitual.

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