E assim chegámos à floresta dos sonhos.
Notamos
pelo sal acetinado
que era o sabor na boca.
Pelos cães que tomámos por vadios
mas que eram dóceis.
Soubemos ser dos sonhos a floresta
pelas árvores caiadas com os nomes nossos
pelos rios de águas chamativas
pelo lucro das almas que embolsámos.
Dissemos:
deixemos que os labirintos da floresta
sejam nossa perdição;
deixemos coagir a vontade
até sermos despojados da matéria destilada
e então alcançarmos
a inteireza prometida em sonhos.
Em não sendo infinita a floresta dos sonhos,
ao sairmos pelo portal
ganhámos os sonhos em nossas mãos.
Soubemos:
que os sonhos eram tradução
da agora matéria sensível.
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