O
topete dos que julgavam
maiores
serem do que a sua estatura
sempre
me causou espécie.
O
poço sem fundo do narcisismo
parecia-me
doença pueril
distúrbio
volitivo
perturbação
dos sentidos
(podia ainda dar-se o caso
de ser apenas um espelho retorcido).
Como
não há nada que a filosofia não cure
percebi,
leituras
depois
e
pensamentos depois,
que
somos uma ilha
por
mais que as formatações ensinem
a
social convivência.
Em
havendo uma ilha em cada indivíduo
faz
(filosoficamente
falando)
sentido
que
a cada um venha a noção
de
matéria centrípeta ser.
Mesmo
quando os terramotos
desarranjam
o chão que pisamos
mesmo
quando o rio
transborda
e somos seu leito
mesmo
quando o cais que somos
tergiversa
e a âncora não fundeia.
Na
nossa imensa pequenez
átomos
irrelevantes para o devir do universo
há
em cada um a grandeza singular
ímpar
de
não haver outro igual.
Fica
confirmado
que
podemos ter o topete
de
maiores nos acharmos.
Não
que isso adiante grande coisa
a
não ser para as dores de alma
que
incendeiam os dias sem solstício.
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