Invocavas
um fado generoso
um
tempo luminoso
um
peito cheio de glória
um
sangue descontaminado
dos
pérfidos querubins
em
teu redor.
Não
te cansavas das preces
exortando
os bons espíritos
contra
as sombras malditas.
Convocavas
as santidades
em
rima com as preces:
suplicavas
amanhãs diferentes
sem
as algemas do arrependimento.
Porém
por
mais
que
as curvas te parecessem retas,
na
contabilidade das coisas,
quando
os pés voltavam ao chão
e
os olhos retomavam lente desembaciada,
tomavas
nota da argúcia dos fazedores de fé,
de
como não te podias entregar
nas
suas mãos.
E
então
choravas
as lágrimas sem peias
amaldiçoavas
a inocência irrefreável;
juravas
que era a vez derradeira
e
que os espelhos vindouros
teriam
um banho de diferença.
Até
nova importunação crítica
tomasse
seu poiso
e
em teus olhos
o
de antanho voltasse à mercê da repetição.
Não
tinhas remédio.
E
sabias
(só
sabias)
que
as distintas proclamações
vertidas
em tinta da China,
as
juras de ventos outros
a
tomarem-te como bálsamo,
eram
inoportunas canseiras.
Já
sabias:
os
sonhos não são grande dano
mas
também não afivelam propósitos
que
se vejam.
Não
estranha
que
fosses contumaz à novidade.
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