Da
excelência dos propósitos
nem
reticências.
Os
dobrões apanhados no veio das ruínas
contam
os calendários acidulados
as
rainhas sem coroas
os
dedos feitos garfos mendazes.
Os
rochedos enegrecidos
distinguem
o precipício
de
onde o mar intransigente veste
um
luto medonho.
Saio
da boca de cena
para
os bastidores vazios
à
espera de um amanhã adiado.
Saio
dos candeeiros gastos
da
luz frouxa que coalha os sentidos
e
digo que os infernos não têm prazo.
Digo
que
uma ventura tingida no céu
se
me oferece meretriz insincera;
que
os olhos aplacados de uma sereia
tingem
as páginas com o sangue gasto;
que
naus viquingues sem remos
sulcam
as águas macias de um mar sem cor;
que
senhores apessoados
prelecionam
argutas prédicas;
que
velhos sem dentes
se
saciam com framboesas imaturas;
que
o torniquete do museu
não
deixa passar os estultos ao engano;
que
sôfregas divindades
escondem
aperaltadas vestes acetinadas.
Digo
o
que oxalá queira dizer
entre
duas notas de vinho branco
e
três módicas doses de fruta madura
enquanto
o sumo escorre da boca
e
inunda o chão de uma sementeira capaz.
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