Condenamos
o quê?
A
servidão
As
amarras que freiam as mãos
As
palavras suicidas
O
frémito extemporâneo
As
árvores inacessíveis
Os
escrivães da frivolidade
Os
poltrões de algibeira
As
farsas sem causa inerente
Os
pianos descaídos em rampas sujas
Sacerdotes
impositivos de dedo em riste
A
cobiça demencial
Os
corpos untuosos em apertadas roupagens
A
feiura dos belos
e
a beleza dos feios
Os
feitos ufanos na ponta da língua
A
exacerbada monotonia dos dias repetidos
O
desembaraçar de um enigma
Os
punhais empunhados
As
bandeiras de países em parada
Os
ministros emproados
e
os figurantes em pose de aspirante
A
dança macabra do matadouro
A
língua afiada dos desocupados
Os
resguardos das almas em hibernação
A
detestável ingratidão
A
espera pelo nada que não se soergue
O
que ficou por ser dito
e
os pesares redondamente inúteis
Os
despojos sem serventia abraçados às mãos.
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