24.5.16

Vertigo

Oh! ideias frescas
limpas serenidades da mente
que acalmam as nuvens sobressaltadas.

Oh! corpos terrestres
vindicando o prazer duradouro
em danças lunares que depõem a noite.

Oh! lanças dardejadas
em torrentes luxuriantes
por dádivas orquestradas no palco vidente.

Oh! perfumes vadios
em corpos trespassados de suor
no abrasear dos amantes em seu reduto.

Oh! um relógio parado
no êxtase dos segundos demorados
enquanto as janelas se deitam ao vento.

Oh! as palavras encantatórias
dedicadas aos murmúrios que transluzem
na luz feérica das manhãs sem sono.

Oh! um punhal tomado
entre mãos trémulas em ávidos prazeres
num contrato que dispensa assinaturas.

E, oh! um amanhã radioso
entre serenatas sem música
poemas sem rima
beijos incandescentes
sexo forte
mãos sem embaraços
peito ouvido à boca de cena
rosas aromáticas em forma de cama
braço que serve de regaço.

E uma janela aberta:
testemunha de um amplexo
na chama viva que acendemos
com o peito.

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