Se ao sarcófago subtraíssemos
os gramas correspondentes à poeira
teríamos uma
punch line
(que soa sempre bem,
neste capítulo da modernidade,
debitar a erudição do idioma-franco).
Seríamos como os clássicos
gente absolutamente desempoeirada
mergulhada na contemplação
penhora
das interrogações depois das interrogações
(contra os boletins de previsões
dos pastores que apascentam
a modernidade que se pôs
com a cumplicidade de um amanhecer
poltrão).
Não dizemos “amanhã”
nem fazemos figas ao depois
que a estrutura interna da linguagem
é rigorosa
de um rigor absolutamente anárquico.
(usurpando a matriz à gramática
contra o estertor dos mendazes,
os argonautas que guardam
com o peso de sete chaves
o penhor da linguagem em sua pureza
– ah, a pureza!)
Também não dizemos
“se eu morrer”
por manifesta improbabilidade da hipótese.
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