“É a puta da vida. Até quando deus quiser. Até quando deus quiser.”
(Um velho resignado, no café, na mesa ao lado)
Como se define a vontade?
Onde se encontram as costuras
que alinhavam as vidas?
Onde mora deus?
E deus,
tem o seu próprio deus
a quem presta contas?
E o deus de deus,
responde perante uma divindade
ainda superior?
Por que mecanismo físico se explica
a ubiquidade dos deuses?
E se deus tem o seu deus,
que por sua vez um deus tem,
não acabarão os deuses todos
por se reduzir à inexistência,
ou pelo menos à pouquidade?
(Termos
em que não andamos longe
de sermos deuses,
se provada for a sua existência
– se é que uma e a outra
são matérias que reúnem interesse.)
A vida pode ser uma puta,
às vezes
ou quase sempre.
Se a vida é uma meretriz
deduz-se que deus
(ou o sindicato das divindades)
gosta de prostíbulos?
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