14.10.19

Eventos

Um pó de arroz
servido em chávena de chá.

Um legionário
sem comendas,
órfão.

O vento sem parapeito
no sepulcro dos vencíveis.

A viúva sorumbática
visita frequente do teatro
sem prantos.

O amolgado orgulho
do projeto de Adónis.

As costuras lassas
do navio gasto
pelos mares inteiros.

A metralhadora entupida
um hino que devia ser mundial.

A atónito cão
com imprevisto repasto à frente
sem fome.

A bandeira sem cores
a geografia extirpada aos limites.

Um baralho de cartas
a sordidez da solidão
e o estuário em forma de cicatriz.

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