Chave.
Uma porta que não vem no mapa
a tristeza que se liquefaz
no avesso das lágrimas contidas
o segredo audível
uma sombra vetusta
os ossos contrafeitos na armadura de flores
e um grito incolor
na boca azeda dos escafandros.
E persisto:
uma chave
fecunda
a chave insólita
à procura de porta
quase a publicar anúncio na imprensa
à procura
quase loucamente
de porta.
Mas sem mapa
a porta não se desenha no vazio
a gramática emudece com a trovoada tardia
tropeça nos cotovelos vadios
e a voz assusta-se
empalidece.
Se a porta nasceu sem mapa
a chave tem o anonimato como altar,
vem com a decadência
antes de ter serventia.
E se a chave não descobre a porta
o código secreto não chega
a ser código.
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