O pródigo abraço
sumido
no ocaso demorado
um náufrago sem casa
sem paradeiro
sem fermento
um levantamento contra os castelos
participando das muralhas
embaraços à afluência das gentes.
Tinha um pão,
um só pão,
a epígrafe de uma refeição abastada
como atestava
a fecunda fumarola extraída da chaminé
desenhando a história aos olhos cansados
e dos olhos em repto da esperança
(o que quer que fosse a esperança,
para além de uma palavra cheia de
usura
importada de romances meãos).
Não assinava os decretos
sem o consentimento dos parlamentos
por onde amesendavam os loucos.
É sempre melhor:
o pródigo abraço
em sumição de lucidez
que da lucidez ninguém traz enxugo
e os braços se adstringem nos carris exangues.
O pródigo abraço
era a antítese.
A necessária antítese.
Antes
que a alegria do olhar
tivesse sumiço.
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