Dos bichos
disse frases comovidas
o lustro onde têm cabimento
na visibilidade do empenho
o ferro e o fogo virados contra os Homens.
Disse
aos demais
não tudo o que fosse apetite
que de embargar palavras somos instruídos
nos empenhados pactos assinados sem tinta.
Disse
o que de dizer era válido
e guardei outros dizeres
penhorados pelo buço do segredo,
à espera da maré a preceito
à espera de uma vontade sem freio.
Disse
em horas tardias
o que tinha lugar em vésperas havidas
e não pude se não
arrematar o arrependimento contra as lágrimas
e desse arrependimento me arrepender,
ato contínuo,
à boca de um vulcão em letargo.
Disse
as metáforas que carecem de erudição
onomatopeias vestidas em simplicidade
os sons guturais,
prescritíveis,
que sobem
desde a medula até à voz desembargada
e sossegam a manada perdida nas ruas.
Direi
se o porvir for minha caução
de outros estamentos o que for de dizer
entre os benfeitores cuidados de almas
poemas em voz alta ao deitar
e outros poemas em tempo avulso
a espada embainhada
no cobertor que se agasalha na alma.
Direi
enquanto for minha a fala
e de sua tutela
guardar o mapa.
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