26.6.20

Dorna

Revólveres frios

fogem do fogo castrense

antes que castrados sejam

homéricos parceiros

a carne para canhão judiciosa.

 

Que estátuas merecem amanhã?

 

Não se diga 

que o ontem foi pródigo

em cascatas de medo

onde a chuva se cristaliza;

não se diga

que as juras tiveram eco

salicórnia a condizer

só para enganar maleitas habituadas;

não se diga

antes do adormecer

que sultões sem espada 

perdoaram boémios

e a vastidão do mar se enamorou

do ocre pintado sob a égide do ocaso.

 

Que estátuas perecem 

no punhal dos justiceiros sem nome?

 

Escutem-se os livros da História

antes que seja narrada uma história

que se agiganta num palco sem veios.

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