No sossego antigo,
paradeiro sabido de um apeadeiro,
estimo o inestimável
na sombra esquecida de um jacarandá.
Untem-se-me os viscerais aromas
as pétalas já recessas
que decaem do jacarandá
o vestibular acesso
que prova a extinção
da primavera às mãos do verão
insaciável.
Nestas noites que se demoram
arranjo uma parede caiada
para ser depositária do mel incontido
que irrompe do meândrico labirinto interior
e sinto-me artesão na varanda do sonho.
Não se pagam
as juras que ninguém ouviu.
Cristalizam as dúvidas
à porta das interrogações
e medra a poeira que se deita
sobre a melancolia.
Derrote-se a melancolia
a vírgula fora do sítio
trespasse na moldura do artesão
à espera de saber
o nome do futuro.
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