Ao que dizes
são bons
os olhos que me veem.
Parto do pressuposto
da validade dos olhos
(até porque aspiro
a que seja de idêntica linhagem
o que os teus bons olhos veem).
Repito:
parto do pressuposto
da validade dos olhos:
afligia-me
ter no meu círculo
gente de má rês.
Porém,
permite-me
um porém:
sem querer esconjurar
a reflexividade feérica
que tens dos teus olhos
não sei
(também não sabes
a menos que te lo certifiquem
oculistas credenciados)
se não há miopia
em teu pesar das circunstâncias.
Antes de prova em contrário
travo como bons os olhos teus;
mas,
até prova em contrário,
podes garantir
que não são teus olhos
uma corruptela do que soíam ser?
É que te vejo
ornamentado de lentes
quando dantes te sabia
isento do maximizador de dioptrias.
Não te apoquentes:
não é por se servirem de lentes
que os olhos
(teus
ou de outrem)
deixam de ser bons.
Era só eu
a erradicar a monotonia
e a provocar um sobressalto
na tua autoestima.
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