Era sem saber da lareira
que o Inverno se acomodava
entre os poros cansados
e as preces não atendidas
dos seus inimigos.
Se ao exílio comparecessem
os arrojados embaixadores da fecundidade
prover-se-iam de toda a carne a jeito,
a vantagem não artificial na boca do desmedo
rindo, gulosamente,
contra os padrões.
Não sabendo do exílio
não se sabia do seu paradeiro
a loucura espalhada pelos átomos de todo o chão
chamando pelos fugitivos desamparados
seduzindo-os com a armadilha do fingimento.
E eles
já não sabiam
se era de exílio que cuidavam apascentar
ou se era apenas o idioma estilhaçado.
A fábrica ao longe,
marcando
o horizonte que separa do desconhecido,
moderava as sílabas
que medravam das bocas famintas.
Não era o túmulo onde,
serenos,
druidas esquecidos
povoavam a errática condição.
Os vultos não consentiam a identificação.
Ninguém anda pela rua
a perguntar os nomes.
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