O jornal começava na página quatro.
A tarde esperou que a andorinha se deitasse.
O polícia abusou da bolacha americana.
A tia vetusta subiu a saia um dedo acima do joelho.
O artista internacional sorriu ao porteiro do hotel.
No cemitério não havia portas abertas à noite.
O estroina fazia-se à vida à boleia do elétrico.
Os versos arrumados combinavam uma conspiração.
O rio não adormeceu a convite do luar.
A mulher sozinha perdeu-se no jardim central.
As velas nas casas não eram um idioma.
O rústico habitar remoto dispensava companhia.
O medo de ter medo rimava com a loucura.
Os dados percorriam o suor dos dedos.
Os amantes desamparados fugiam das lágrimas.
O vinho colhido aprendia a saber os dias.
Os candeeiros apagados amaldiçoavam a noite.
Os socalcos dispunham-se na vertigem do entardecer.
A tiara açaimada escondia-se dos aspirantes.
O grande palco indiferente não dispensava as almas.
Em vez de um sensato abocanhar do dia
a demencial escapada nos interstícios da boémia.
A véspera colonizava a emergência do futuro.
As pessoas avisadas não sabiam do futuro.
Colmeias inteiras ensinavam os misteres.
À mesa dos reis sabiam-se pútridos comensais.
Na voragem dos pressentimentos achava-se um escudo.
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