Esta mortalha
sopra um amarelo iracundo
resolve a litania rastejante
num abraço entre as sílabas cantantes
movimento que sabe não ser perpétuo.
Queria dizer:
eu sou perpétuo;
mas logo a mortalha residente
desocupa as estridentes esperanças
no torno onde se afeiçoam os lúgubres peões.
Os vultos
com parecenças com abutres de atalaia
dirão
que um dia haverá
sem ser o amanhã da véspera.
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