16.11.21

FW: backwards

O som das árvores

ecoa na planície

o ostensivo ranger de dentes

que pede meças ao silêncio. 

Os oráculos, hiperativos,

dedicam-se à prestidigitação do passado

movendo-lhe as costuras

até serem a sombra pálida

do espelho que protesta contra o pretérito. 

Os dedos imprevidentes atiram-se ao futuro. 

Pecam por defeito:

se as medidas estivessem calibradas

o futuro seria apenas 

uma remota lembrança.

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