12.11.21

Enseada

A boca 

traz o palco 

em sobressalto.

Calada

morde os lábios

à espera de destronar

o silêncio.

Dela se teme

um abalo telúrico

a ossatura estilhaçada

no rumor da palavra canina.

O sal não está à venda.

Apalavra-se o entardecer

no fio delgado

da memória.

Dessas palavras nunca vãs

há de o silêncio

perder trunfo.

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