As palavras tinham a cor da dinamite.
Trovejavam
cuspindo a angústia que as veias retesavam
à medida que o mundo atravessava o Rubicão
à medida do sangue que se protestava,
envenenado.
Dissessem o que dissessem do palco ingente
sentiam-se as sílabas
uma e a outra depois
a explodirem na boca
contaminando-a com o amargor
de quem de si não sabia o paradeiro.
Não foi no exílio que temperou a angústia.
E em vez de sentir as palavras
da cor da dinamite
conservou a granada encavilhada
não fosse a tonitruante cavalaria
desfeitear os sonos por haver.
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