Certas
as esquadrias que enformam os corpos
um desfile sincero de estética
e se dizem que não é a estética alimento
por que há tantos mirones
dela dependentes como se uma religião fosse?
É desta vulcânica matéria que somos
um estrado feito de cortinas
e sobre o rosto,
incensado um véu que convoca diâmetro
o previsível testamento que não espera pelo tempo
tombando sobre as margens do amanhã
secretamente, em silêncio,
bolinando contra o vento audaz.
O aval não vem às mãos
antes que a curadoria assine o livre solene
e os mastins sejam açambarcados
no vau onde fundas se estilhaçam as palavras.
Concebemos os altares em lugares ermos
e é de propósito:
nunca percebi
como pode uma santidade ter por nome
aflição.
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