5.2.23

Fermentação

Que sombra sou

na boca da maré

que fantasma em mim se leva

na pele que pétrea se faz

timoneira do devir que se açambarca

num desvio da maresia?

Que jura 

não consigo ser

no tempo inverosímil 

nas candeias apertadas contra o labirinto

neste sudário 

onde se enxaguam as mãos?

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