São as bocas
que dizem os nomes.
E os nomes
ensinam as bocas.
As palavras são mediadoras
a ponte entre os nomes e as bocas
que sem as bocas
os nomes ficam sufragados pelo silêncio
e sem os nomes
as bocas não sabem de que terra são.
Do silêncio não se diga
que impede os nomes:
todos os nomes não deixam de ser
se o silêncio for instalação duradoura.
Uns nomes têm palco
e outros não:
não se ofendam os mártires da igualdade,
uns nomes têm palco
falam com as suas bocas
há bocas outras a falar de si;
outros nomes vivem do anonimato
as suas bocas falam
não há quem nomes que ouçam
e mais nenhuma boca recita os seus nomes.
As bocas todas deviam ensinar
aos nomes sem exceção
que a miragem da igualdade
devia ser metida
em museu a preceito.
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