Emparedado pela memória
como se os remos
arrumassem a maré contrária
e tudo no dia
fosse a simetria do esperado.
As flores deitadas nas jarras
ficavam para memória futura:
logo que as pétalas ficassem maduras
e o embaraço
se congeminasse na eira
os relógios dariam voltas atrás
e a inveja do futuro seria a rua deserta
aquele lugar a que ninguém ia
nem que governos ciosos
malbaratassem
subsídios inúteis.
Emparedado pela memória
na intuição dos dias
devorados em rapsódias circundantes
a pele ateada no areal
abraçada ao sol ecuménico.
E um instante que se demora
à espera que o futuro
seja um juramento.
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