Às vezes
apetecia mergulhar nas nuvens.
Sobretudo se estivessem plúmbeas.
E dedilhar os seus interstícios,
podia ser que por aí encontrasse solução
para as demandas constantes.
Não queria tomar pulso ao sol.
Não queria descobrir os segredos das nuvens
(tão exemplarmente indagados
quando os petizes fazem a estreia de voo).
Nos leves folhos das nuvens
entre dois solavancos fabricados pelo vento
fugindo das arestas vivas onde as nuvens
se transfiguram em trovoada,
seria seu passageiro.
E testemunha maior
do estado geral das terras subjacentes.