Preso
nas estrofes da noite
já
a lua fina envergonhada espreita
faço
as contas num papel amarrotado.
Os
números atravessados
parecem
um estendal antes da brancura
antes
de o sol neles se deitar
(tantas
as cinzas que os cobrem).
As
contas travam o caminho
entaramelam-se
com a centelha iridescente
e
dois dedos de conversa ao telefone.
Prouvera
que cheia fosse a lua
para
dela subtrair uma fatia gorda
e
depois
entre
as gotas vermelhas da chuva
e
o acobreado das flores campestres
o
chão se tornasse plano
para
os números se deitarem em remoço.
Mas
as estrofes da noite
desenganam
as ilusões:
o
chão irregular continua irregular.
O
papel amarrotado
pano
sofrível para os cálculos necessários
vai,
insucedâneo,
para
o destino que foi sua origem.
Amarrotado
insalubre
sem
as contas feitas,
apenas
um amontoado de números
sem
cabalística prova se não
um
amontoado.
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